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(Classe A - W168): Inauguração da linha de montagem do Classe A em Juiz de Fora/MG - Revista Veja® - 28/04/1999

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Mensagem por AEP Sex 4 Set 2020 - 0:53

“Por dentro do Classe A

Mercedes inaugura em Minas Gerais sua primeira fábrica de carros fora da Alemanha.

José Edward, de Juiz de Fora

Por fora, ele é diferente dos carrões produzidos pela Mercedes-Benz. Por dentro, conforme a opinião de gente que já o guiou, o compacto Classe A não deixa dúvidas quanto a seu parentesco com uma das famílias de automóveis mais cobiçadas do mundo. O modelo, que está sendo produzido na fábrica da Mercedes inaugurada na sexta-feira passada no município de Juiz de Fora, Minas Gerais, traz como equipamentos de série alguns itens oferecidos pelas outras montadoras apenas como opcionais nos carros mais luxuosos. Todos os Classe A sairão da linha de montagem com direção hidráulica, airbag e freios ABS. Além disso, serão equipados com um sistema eletrônico de controle da estabilidade superavançado. "Nosso desafio foi fazer um carro menor e menos luxuoso, mas com a mesma segurança e qualidade igual à dos outros modelos Mercedes", diz o engenheiro alemão Götz Kirchner, diretor-geral da fábrica de Juiz de Fora. O mais barato dos Classe A custará cerca de 35.000 reais. Até o lançamento desse modelo "popular", o mais em conta entre os Mercedes à venda no Brasil tinha um preço quase três vezes maior: 90.000 reais.

A unidade de Juiz de Fora, primeira fábrica de automóveis da Mercedes erguida fora da Alemanha, terá um custo total de 820 milhões de dólares. O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo concedeu à companhia um financiamento de 120 milhões de reais e, para assegurar que o empreendimento não iria para outro Estado, ainda ofereceu à Mercedes a redução temporária de tributos estaduais. Crítico de tudo o que Azeredo fez, o atual governador, Itamar Franco, agiu um pouquinho diferente nesse caso. Reclamou a princípio, mas comprometeu-se a honrar o compromisso (Juiz de Fora é sua base eleitoral). A intenção do governo de Minas é liberar no segundo semestre deste ano os 40 milhões de reais que ainda faltam para completar o empréstimo prometido à montadora alemã. A fábrica deverá produzir até dezembro cerca de 35.000 unidades do novo carro. O número deve dobrar a partir do ano 2000, quando o projeto estará funcionando a pleno vapor.

Uma das pioneiras no desenvolvimento de alguns itens de segurança encontrados na maioria dos automóveis de hoje, a Mercedes não esperava o golpe que a reputação de seu modelo compacto sofreu poucos meses depois do lançamento, em 1997. O carro foi reprovado numa prova relativamente fácil, o "teste do alce", realizada por uma revista sueca de automobilismo. A manobra consiste em desviar um automóvel de vários obstáculos dispostos ao longo de uma pista. A 60 quilômetros por hora, velocidade permitida em avenidas de quase todas as grandes cidades do mundo, o Classe A capotou. O acidente obrigou a Mercedes a fazer uma operação de emergência para salvar seu automóvel e o dinheiro que já havia gasto no projeto. A empresa recolheu os carros nas lojas, paralisou a produção e mandou seus engenheiros de volta à prancheta para providenciar os ajustes necessários. O Classe A ganhou rodas maiores, um novo modelo de pneus e sistema de suspensão mais rígido. Sua estrutura sofreu alguns ajustes e passou a ser controlada por um sistema eletrônico conhecido pela sigla EPS, que em português significa "programa eletrônico de estabilidade". (O carro produzido em Minas Gerais traz essas modificações. As únicas diferenças em relação ao modelo alemão foram determinadas pelas condições precárias das estradas e das ruas brasileiras. A suspensão é um pouco mais resistente do que a da versão européia e a distância entre o assoalho e o chão, um pouco maior.)

O EPS é um sistema eletrônico orientado por sensores dispostos em diversas partes do carro e desenvolvido para corrigir automaticamente alguns dos mais freqüentes erros de direção. Esses sensores conferem todo instante a rotação de cada uma das rodas, os giros do motor, os movimentos do volante e a pressão da frenagem. Se o EPS perceber qualquer anormalidade, trata de corrigir o erro. Se o motorista pressionar o pedal do freio sem a força necessária para cortar todo o movimento do carro, o sistema está projetado para completar o trabalho e fazer o carro parar (se a pressão sobre o pedal for aliviada, a aceleração é retomada). Se o carro derrapar ligeiramente numa curva, o EPS deverá alinhá-lo conforme a posição indicada pelo volante. Tudo isso sem que o motorista perceba. "Um sistema semelhante era usado pela McLaren e pela Mercedes nas competições de Fórmula 1", diz o engenheiro Kirchner. "Mas o recurso foi proibido para limitar a audácia dos pilotos, que freavam cada vez mais tarde nas tomadas de curva."

A cabine do Classe A é cerca de 20 centímetros mais alta do que a dos outros carros de passeio. Assim, os passageiros viajam acima da linha potencial de choque no caso de uma batida lateral. O chassi do carro, batizado de "inteligente" pelos engenheiros da Mercedes, também foi projetado para proteger os passageiros em caso de acidente. Se houver um choque frontal, o motor não será empurrado para dentro da cabine, como acontece com os outros carros de capô curto – ele desliza para baixo do assoalho. Ao lado do Scénic, da francesa Renault, que começou a ser fabricado no início do ano na cidade paranaense de São José dos Pinhais, o Classe A inaugura no Brasil uma nova classe de carros de passeio. São as minivans compactas, pequenas por fora e grandes por dentro, que começaram a surgir cerca de quatro anos atrás na Europa. (O espaço do porta-malas do Classe A, assim como o do Scénic, é regulável e seu tamanho varia conforme a posição dos bancos traseiros.) O modelo fez sucesso, e praticamente todas as montadoras européias que ainda não têm o seu preparam o lançamento de um carro parecido.

A Mercedes começa a produzir o Classe A quatro décadas depois de inaugurar sua primeira unidade no Brasil, a fábrica de caminhões e de chassis para ônibus instalada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A unidade de Minas Gerais é apontada pelos executivos da montadora como uma das mais modernas do mundo. As estações de robôs que soldam a carroceria e o chassi do carro custaram 60 milhões de dólares. Cada uma faz o trabalho correspondente ao de dezenas de homens. Só que esses empregos não existiam antes de a fábrica ser criada. Na prática, a Mercedes criou 1500 postos de trabalho”.

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